Na
tarde de ontem (22), no Palácio do Planalto, a presidente Dilma
Rousseff recebeu representantes de movimentos estudantis para discutir
as reivindicações quanto aos investimentos do Governo Federal na área
educacional, em especial a aprovação imediata e integral do texto do
Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê o investimento de 10% do PIB
no setor até 2022.
Dilma se reuniu com os representantes
dos principais movimentos estudantis do país. Daniel Iliescu, Luana
Bonone, e Manuela Braga, presidentes da União Nacional dos Estudantes
(UNE), da Associação Nacional dos Pós-graduandos (ANPG) e da União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), respectivamente.
Além deles, Aloizio Mercadante,
ministro da Educação, e a secretária nacional de Juventude, Severine
Macedo também participaram da reunião, que obteve bons posicionamentos
do ministro e da presidente. Mercadante declarou que o governo tem
interesse em investir os recursos dos royalties do petróleo e do pré-sal
na educação.
“O governo está disposto a colocar todos
os royalties do petróleo e do pré-sal e pelo menos metade do fundo
social do petróleo para educação, exclusivamente para educação, isso
para os municípios, os estados e a União (…) Essa é a posição do
governo, é isso que nós vamos defender no Congresso Nacional, é uma
posição da presidenta.”, afirmou Mercadante.
Iliescu e os estudantes se mostraram
totalmente contrários à posição de Guido Mantega, ministro da Fazenda,
que declarou que se houvesse o investimento de 10% do PIB na educação, o
país poderia quebrar. Quanto à Dilma, Iliescu disse entender a
preocupação dela.
“A presidenta (e nós concordamos com a
opinião dela) está preocupada em não ter uma postura irresponsável de
designar um percentual de investimento do PIB sem identificar a fonte de
custeio. Dilma falou que, se for possível vincular no Congresso os 100%
dos royalties do pré-sal para a Educação, o governo é a favor dos 10%
do PIB. Ao contrário do que falou o ministro da Fazenda, que esse
percentual poderia quebrar o Brasil, achamos que é um investimento
virtuoso e necessário”
Iliescu declarou para Dilma que os 10%
do PIB são a principal luta dos estudantes, professores e de todo
movimento educacional e é o ponto mais importante do PNE. Em defesa da
classe, Iliescu declarou que as riquezas minerais são do povo, portanto
seus recursos devem ser aplicados em benefício social, na educação
pública. Com esse argumento, Dilma se comprometeu a defender que a
educação receba 50% do Fundo Social do Pré-sal e 100% dos royalties
dessa riqueza mineral.
Mercadante se posicionou favorável aos
investimentos na educação, que desperdiçar na “máquina pública”:
“É muito melhor colocar os royalties do petróleo na sala de aula do que
desperdiçar na máquina pública (…) A função prioritária dos royalties é
preparar a economia pós-petróleo, o petróleo é uma fonte de energia
não-renovável e o melhor caminho para preparar o Brasil para o
pós-petróleo é o investimento em educação”, disse.
Redação com agências
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