Entidade distribuiu material informativo em todo o país e conversou com estudantes de todo o BrasilA campanha da UNE pelo boicote do Exame Nacional do Ensino Médio (Enade) teve grande repercussão neste domingo (9), em todo país. Cerca de 564 mil alunos foram convocados para fazer o exame. Quase 25 mil cursos, em 23 áreas de conhecimento estiveram sob avaliação.
Entre os alunos que compareceram, muitos entregaram a prova em branco, mostrando apoio à campanha do movimento estudantil. Diretores da UNE e representantes de DCE’s, CA’s e DA’s distribuíram panfletos e adesivos em diversos pontos onde as provam foram aplicadas. Eles também conversaram pessoalmente com os estudantes e explicaram os motivos da campanha pelo boicote.
Brasília
Na capital federal, estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e diretores da UNE distribuíram panfletos e adesivos nas duas escolas que receberam o maior número de alunos, Elefante Branco e Leonardo Da Vinci da Asa Norte.
Participantes do boicote disseram que o número de estudantes que aderiram ao movimento foi maior do que o esperado. "Aqui em Brasília, assim que tocou o primeiro sinal que autorizava a saída dos alunos, houve um movimento bem grande, até o estacionamento esvaziou".
Participantes do boicote disseram que o número de estudantes que aderiram ao movimento foi maior do que o esperado. "Aqui em Brasília, assim que tocou o primeiro sinal que autorizava a saída dos alunos, houve um movimento bem grande, até o estacionamento esvaziou".
Mato Grosso do Sul
O boicote foi encabeçado por integrantes do DCE da Universidade Federal do estado (UFMS). Antes da prova, os estudantes eram convidados a entregar a prova em branco e a colar um adesivo do protesto no cartão-resposta. Segundo Arthur D´Amico Bezerra, colaborador do DCE (Diretório Central dos Estudantes), todos os Centros Acadêmicos se comprometeram em fazer o boicote.
Segundo Ítalo Milhomem, integrante do DCE, a universidade tem se beneficiado das boas notas dos alunos e mascarado a qualidade do ensino. "Aqui na UFMS eles estão dando cursinhos específicos só para os alunos fazerem as provas, elevando a média das notas e escapando da fiscalização do MEC".
Os cursos da UFMS que participaram do boicote foram: Ciências Sociais, História, Geografia, Arquitetura, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Engenharia Elétrica, Biologia, Artes Visuais e Letras.
Paraná
Por defender que as universidades têm que ser avaliadas de forma contínua, a orientação do DCE da Universidade Federal do Paraná (UFPR) era para que os estudantes fossem ao local de prova, mas entregassem o exame em branco. Os cursos em que o movimento esteve mais forte foram História e Letras. Júlio Cézar Marques da Silva, membro do centro acadêmico de Letras, aponta que os alunos do curso decidiram pelo boicote.
Espírito Santo
"O Enade eu vou zerar". Essa foi a afirmação feita pelos estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo que não consideram o exame uma forma efetiva de melhorar a condições de ensino. Os cursos que tiveram maior adesão à campanha da UNE foram enfermagem, serviço social e educação física.
O que a UNE pensa sobre o Enade
A UNE apoiou a criação do Enade, dentro do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). No entanto, atualmente a entidade critica o fato de a prova acabar tendo grande peso na avaliação final das universidades, avaliando somente os estudantes e servindo apenas para um a criação de um "ranking" entre as instituições.
Insatisfeita com a ausência de outros mecanismos para mensurar a qualidade do ensino, a UNE espera, com o boicote, protestar pelas diretrizes contidas na proposta original do Sinaes:
"A realização de uma avaliação plural, que leve em conta os diferentes agentes que compõem o ensino superior de forma transparente e participativa, garantindo que todos os segmentos da comunidade universitária participem do processo como sujeitos e não apenas como objetos", pontua a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.
"O SINAES se configura em um avanço, pois avalia as instituições de forma mais ampla. Reflete o que a UNE e demais entidades do movimento estudantil, social e educacional reivindicam: uma avaliação completa que seja formada não só pelo Enade, mas que leve em consideração com o mesmo peso, a comissão interna de avaliação que deve ser paritária entre estudantes, funcionários e professores e a comissão externa coordenada pelo MEC. Apenas dessa forma podemos garantir a melhor aplicação de recursos e investimentos para o desenvolvimento das instituições de ensino superior e assim priorizar o tripé ensino-pesquisa-extensão", explica o diretor de políticas educacionais da UNE, Rafael Chagas.
Fonte: http://www.une.org.br/ com adaptações
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