segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Faltam poucos dias para o 12º CONEG da UBES!

Na próxima sexta-feira, 4 de setembro, no Rio de Janeiro, tem início o 12º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG). Até dia 6 a Universidade do Estado do Rio de Janeiro vai receber estudantes secundaristas de todo o país, e ainda representantes da Colômbia, Peru e Bolívia.

Além de debater temas de interesse dos secundaristas brasileiros, o 12º CONEG acontecerá simultaneamente ao 1º Encontro Latino-Americano e Caribenho de Estudantes Secundaristas. Será a oportunidade de trocar informações e experiências com colegas latino-americanos e caribenhos.

Também nesta edição do evento haverá uma profunda reflexão sobre a Conferência Nacional de Educação (Confecom), buscando o protagonismo dos estudantes nesse importante momento. E será no CONEG a convocação para o 38º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, estimulando a participação de estudantes de todo o país. Convide seu grêmio ou entidade para participar!

12º CONEG e 1º Encontro Latino Americano de Estudantes Secundaristas
Data: de 4 a 6 de setembro
Local:UERJ

sábado, 22 de agosto de 2009

I Conferência Nacional de Comunicação

Câmara dos Deputados, Plenário 9, Anexo II, Brasília — DF

No dia 26/08, às 14h (próxima quarta-feira), haverá uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a I Conferência Nacional de Comunicação e sobre a campanha “Quem financia a baixaria é contra a cidadania”, com duas mesas.

Na primeira mesa - I Conferência Nacional de Comunicação - os expositores serão:
- Ministro das Comunicações, senador Hélio Costa;
- Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci;
- Membro da Comissão Organizadora da Confecom representando a ABRA;
- Membro da Comissão Organizadora da Confecom representando a Telebrasil;
- Representante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social (Jonas Valente);
- Representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (Celso Schröeder)
- Deputada Luíza Erundina, representante da Câmara na Comissão Organizadora da Confecom.
- Coordenador da mesa: Deputado Luiz Couto

Já na segunda Mesa - Campanha “Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania” - serão:

- Deputado Yulo Oiticia, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia;
- Representante da Comissão Executiva da Campanha “Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania”, Ricardo Morethson, membro do Conselho Federal de Psicologia;
- Representante da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão;
- Coordenador da mesa: Deputado Pedro Wilson

Data: 26/08/2009
Horário: 14h
Local: Câmara dos Deputados, Plenário 9, Anexo II

Participe!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ilha das Flores

Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.

Ficha Técnica

Produção Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart
Fotografia Roberto Henkin, Sérgio Amon
Roteiro Jorge Furtado
Edição Giba Assis Brasil
Direção de Arte Fiapo Barth
Trilha original Geraldo Flach
Narração Paulo José
Prêmios
Urso de Prata no Festival de Berlim 1990 Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand 1991 Melhor Curta no Festival de Gramado 1989 Melhor Edição no Festival de Gramado 1989 Melhor Roteiro no Festival de Gramado 1989 Prêmio da Crítica no Festival de Gramado 1989 Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo 1991

Após 16 anos, Record compra direitos de filme-bomba sobre a Globo

A TV Record acaba de fazer uma aquisição poderosa, ao comprar o explosivo documentário Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane). Transmitido pela primeira vez em 1993, no Reino Unido, o filme é um contundente libelo contra a TV Globo e a família Marinho.

Embora só tenha fechado o negócio nesta semana, a Record já havia tentado adquirir os direitos de exibição para TV brasileira nos anos 90. Segundo a Folha Online, o material saiu por menos de US$ 20 mil para a emissora do bispo Edir Macedo.

Desde a semana passada — quando Globo e Record começaram a se atracar em rede nacional —, o nome da produção voltou à baila. A Record já vinha veiculando trechos do documentário em seus telejornais noturnos antes da aquisição. O filme chegou a ser citado, por exemplo, no Repórter Record de domingo (16).

No entanto, quase tudo o que se diz sobre Muito Além do Cidadão Kane — de sua suposta proibição à autoria do trabalho — é equivocado. O documentário mostra o empresário Roberto Marinho (1904-2003) como ícone da concentração da mídia no Brasil — daí a referência a Charles Foster Kane, magnata das comunicações vivido pelo cineasta Orson Welles em Cidadão Kane (1941).

Simon Hartog, diretor da obra, morreu em 1992, antes de o trabalho ser exibido. Seu produtor e braço-direito era John Ellis, que se tornou a partir daí o responsável pelo projeto. Ellis deteve, até o começo desta semana, o direito de exibição do filme em TV aberta no Brasil, agora na mão da Record.

Mesmo legendado de forma capenga, o documentário circulava em VHS e se transformou num "hit" no país — antes de a internet ser o que é hoje. Custou cerca de US$ 260 mil (cerca de R$ 445 mil) à extinta empresa Large Door, na qual Hartog e Ellis eram sócios.

A produtora independente fez o longa para o canal britânico Channel 4, responsável por sua transmissão. Diferentemente do que a própria Record insiste em divulgar, a BBC nunca teve ligação nenhuma com a produção. Curiosidade: uma das maiores audiências do Channel 4 é o Big Brother, também carro-chefe da Globo.

Bastidores

Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada em fevereiro do ano passado, Ellis revelou que tanto Globo quanto Record tentaram comprar os direitos do filme nos anos 90 — a primeira para engavetá-lo, a segunda pare exibi-lo. Ainda segundo Ellis, o título nunca foi proibido ou embargado pela Justiça brasileira.

"A igreja (Universal do Reino de Deus) já tinha uma filial em Londres naquela época (começo dos anos 90). Mas percebeu que haveria uma disputa judicial com a TV Globo a respeito das muitas imagens retiradas da programação deles. Então decidiu não comprá-lo", relatou o produtor. Agora, a Record pode se concentrar em exibir os trechos "autorais" do filme — ou seja, limar as imagens da TV Globo e focar nos relatos e entrevistas.

Políticos como Leonel Brizola (1922-2004), Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) e Luiz Inácio Lula da Silva — apresentado então como líder sindical — falam sobre a emissora carioca no filme. “Nada se faz (no Brasil) sem consultar o dr. Roberto Marinho. É assustador", acusa o cantor e compositor Chico Buarque, no início da fita.


Da Redação Vermelho.org.br, com informações da Folha Online

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Parlasul condena golpe em Honduras e tem novo presidente

O deputado uruguaio Juan José Domínguez, do partido esquerdista Frente Ampla, assumiu, nesta segunda (17), a Presidência do Parlamento do Mercosul (Parlasul), com a intenção de impulsionar "a economia social" e o "cooperativismo" no bloco sul-americano. Cinquenta dias após o hondurenho Manuel Zelaya ter sido deposto, o Parlasul aprovou uma declaração na qual expressa sua “enérgica condenação" às ações que derrubaram o governo de Honduras "e pretendem manter-se ilegitimamente no poder”.

Em um anúncio que contou com o apoio das delegações de todos os países, emitida na VI sessão do Parlasul realizada ontem (17) em Montevidéu, os legisladores regionais expressaram seu compromisso “para colaborar na busca de uma solução que garantisse o respeito pela democracia” e instaram “aos atores políticos e sociais a retomar a rota do diálogo pacífico e democrático”.

Os parlamentares consultados pelo Opera Mundi admitiram que se tratou de uma resolução tardia, mas necessária. “É para que este Parlamento não seja omisso ante um fato tão grave que se produziu na América Latina. Se tivéssemos nos reunido um mês depois, igualmente teríamos de nos manfiestar”, opinou o deputado uruguaio Juan José Domínguez, da governista Frente Ampla, que no mesmo dia assumiu como presidente do Parlamento.

“Se estamos falando de uma reação contra um golpe de Estado, o mais importante é que simplesmente haja um rechaço. De imediato é melhor, mas como o golpe ainda persiste, é importante que haja uma condenação em uma instância como esta. É difícil para o Parlamento ser rápido, porque há sessões somente uma vez por mês”, lembrou o deputado federal brasileiro Florisvaldo Fier (conhecido como Dr. Rosinha), do PT (Partido dos Trabalhadores).

De fato, já havia sido emitido um pronunciamento, não do corpo legislativo regional, mas sim de sua presidência. O legislador paraguaio Ignacio Mendoza, quem até ontem foi presidente do Parlasul, havia emitido um comunicado condenando “os fatos sucedidos” em Honduras. Durante a sessão, os parlamentares sublinharam a necessidade de incluir o termo “golpe de Estado” para que não houvesse ambiguidades.

Divergências


A votação da declaração foi precedida por uma discussão, na qual alguns parlamentares relativizaram a responsabilidade dos golpistas. Um setor da delegação brasileira se negou a incorporar um artigo que respaldava Manuel Zelaya explicitamente, argumentando que o presidente deposto quis levar adiante uma consulta popular declarada ilegal e que isso motivou em parte o golpe de Estado.

“Os países têm que respeitar a Constituição nacional”, justificou a senadora brasileira Marisa Serrano, do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). Serrano também expressou sua preocupação com o que qualificou como uma corrida armamentista na América do Sul e com as declarações do presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante a última reunião da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), realizada no último dia 10 de agosto, em Quito.

Chávez manifestou na ocasião que “sopram ventos de guerra” no continente, referindo-se à decisão da Colômbia de permitir a instalação de sete bases norte-americanas em seu território, o que gerou tensão na região. Mas, finalmente, houve unanimidade do Parlasul na condenação ao golpe de Estado.

Nova presidência


O Uruguai ocupa este semestre a Presidência temporária do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e, segundo as normas do organismo, também corresponde ao país nomear um representante para que ocupe a Presidência do Parlamento.

O uruguaio Juan José Domínguez substitui no cargo o senador paraguaio Ignacio Mendoza, que ocupou o posto de 10 de fevereiro até hoje.

Em seu discurso de aceitação, Domínguez disse que sob sua Presidência o Parlasul terá como prioridade "impulsionar as atividades da economia social e o cooperativismo" e desenvolver a agricultura familiar, entendida como uma contribuição significativa às economias da região.

Domínguez estabeleceu como prioridade o respaldo ativo para que o Mercosul adote as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a promoção de cooperativas.

A defesa dos direitos humanos, "direitos que foram cerceados a nossos povos no passado recente de forma organizada por verdadeiras redes de terror", também será uma das prioridades da nova Presidência, disse Domínguez.

Fonte: EFE e Opera Mundi

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O dia em que o PIG falou a verdade

























A sabedoria popular diz que no amor e na guerra vale tudo. Na guerra feroz entre Globo e Record está valendo até fazer algo que não é do feitio do PIG: dizer a verdade!


Globo e Record revelam verdades uma a respeito da outra que já eram conhecidas dos movimentos sociais e de todos aqueles que se dedicam a estudar um pouquinho da história da comunicação no Brasil, mas ignoradas pela maior parte da população que assiste diariamente o Jornal Nacional... opa! Quer dizer, a maioria que agora assiste o Jornal da Record. E essa é exatamente a bronca da poderosa Globo: os índices de audiência do Jornal Nacional (JN) caíram, aliás, não só do JN, a Record chegou a ficar como líder de audiência por cinco horas seguidas em um único dia. Assim começou essa briga de cachorros grandes.

De um lado do ringue, com 44 anos de concessão, liderança de audiência e 48% de toda a publicidade oficial investida pela União (isso mesmo, verba pública!) só para o seu canal de TV, a poderosa Rede Globo da família Marinho, abençoada, naturalmente, pelo próprio Papa. Na outra ponta, com índices de audiência em ascensão, a bênção (e outras “cositas mas”) da Igreja Universal do Reino de Deus, e várias ex-estrelas globais, a Rede Record do bispo Edir Macedo.

Primeiro round 

A poderosíssima começou batendo forte: na manhã do dia 11 de agosto, as manchetes de praticamente toda a imprensa escrita brasileira eram uníssonas: “Edir Macedo e mais nove viram réus por lavagem de dinheiro” (este título é do Estado de S. Paulo). No mesmo dia o tema entrou na pauta do JN e não saiu mais. Todos os dias mais denúncias acerca de como a Record foi construída com a contribuição dos fiéis da Igreja Universal. E para desqualificar a igreja, repórteres da Globo foram até os cultos gravar os apelos dos bispos para que os fiéis se desfaçam de seus bens materiais em favor da igreja, e para alcançar suas graças, é claro.

A Record respondeu com um verdadeiro documentário sobre a relação histórica e indecorosa da Globo com a Ditadura Militar, sobre como a Globo manipulou o debate entre Lula e Collor em 89, sobre o direito de resposta que Brizola ganhou na Justiça, sobre como a emissora escondeu os movimentos “Diretas Já!” e anos após o “Fora-Collor” pelo tempo que conseguiu, e a Record vai além, refere-se aos atuais proprietários da concessão como “um dos filhos Marinho” e ainda denuncia a Rede Globo por “monopólio”, com este termo.

Segundo round

Mas, além de um extenso patrimônio que vai desde jornal impresso até a rede de TVs, passando por rádio, portal na internet, etc., a Globo tem cachorrinhos adestrados a seu serviço, e rapidamente acionou o mais fiel deles: a revista Veja, que nesta semana discorre sobre a briga das emissoras em nove páginas dedicadas a expor a “ambição” do bispo Edir Macedo. A revista afirma que os índices de audiência da Globo permanecem o triplo da Record, desconsiderando que há horários em que a emissora ligada ao bispo tem batido o empreendimento da família Marinho todos os dias, como é o caso do reality show A Fazenda (não dava pro PIG se manter tão sincero por muito tempo... acho que a verdade provoca urticárias nos filhotes Marinho e na famiglia Civita). Vamos aguardar a resposta da Record a este flanco de ataque.

Bastidores

Enquanto o Brasil assiste ao embate aberto entre as emissoras que brigam pela audiência com programações que a cada dia perdem em qualidade, nos bastidores, a Abert (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV) — que tem a Globo e a Record como associadas — se retira oficialmente do processo da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). As emissoras também se unificam em outro ponto: a campanha aberta de desmoralização do Senado e a tentativa de atingir a ministra Dilma Rousseff, pauta sempre seguinte à matéria do arranca-rabo entre as emissoras nos respectivos jornais.

Briga de cachorro grande

Bom, em briga de cachorro grande não é aconselhável se meter... até porque se qualquer mortal se mete no meio desses dois verdadeiros pit bulls, a nova disputa será quem dá a primeira patada certeira na presa que se apresenta. Assim, penso que a reação dos movimentos sociais e ativistas pela democratização da comunicação em geral deve ser direcionada a quem cria estas feras: o Estado. E o melhor espaço para cobrar que se ponha focinheira nos pit-bulls eletrônicos é a Confecom.

Utilizemos todas as denúncias da Globo em relação à Record e vice-versa. Utilizemos os instrumentos que o PIG nos deu no dia em que disse a verdade. Mas utilizemos no flanco certo, para garantir que seja fortalecido um sistema público de rádio e TV, para que as rádios comunitárias parem de ser perseguidas e fechadas, para que haja uma gota ao menos de republicanismo no trato das concessões. É na Conferência de Comunicação que podemos unificar outras vozes por um novo marco regulatório para a comunicação no país. 

Em tempo, as focinheiras não são para que as feras deixem de se atacar (que morram!), e nem para impedir que haja liberdade de imprensa, objeto sagrado de defesa aos que querem ampliação da democracia no país. Entretanto, contra a liberdade de “empresa” e em defesa da liberdade de imprensa de fato, é preciso democratizar o acesso aos veículos, e é preciso regulamentar o funcionamento dos meios de comunicação, pois há emissoras que já cumpriram todos os critérios da lei vigente para perder as concessão e ainda assim apenas três ou quatro famílias são donas de todas as opiniões que são propagadas no país, oligopolizando o espaço do debate público brasileiro. 

As focinheiras não são nenhuma espécie de censura, são, antes, alusão a um artigo raro na comunicação brasileira: regulamentação. Para que os pit bulls eletrônicos parem de agredir algo tão caro aos brasileiros e brasileiras que sempre lutaram e continuam lutando em prol do Brasil: a nossa democracia.


Luana Bonone