sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Esporte

Estimular o desenvolvimento do esporte de alto rendimento e do esporte de base entre o Brasil e o Vietnã. Esse foi o principal objetivo do encontro realizado na manhã desta terça-feira (20), em Brasília, entre o ministro do Esporte do Brasil, Orlando Silva, e o ministro de Cultura, Esporte e Turismo do Vietnã, Hoàng Tuán Anh. Os dois países assinaram um acordo de cooperação esportiva no ano passado, que prevê, entre outras ações, o intercâmbio entre equipes nacionais de várias modalidades esportivas.

O ministro Orlando Silva afirmou que se empenhará para que a cooperação esportiva se desenvolva efetivamente entre o Brasil e o Vietnã. Para isso, espera receber, até o final de dezembro, um plano de trabalho do governo vietnamita, com previsões de metas e ações para serem desenvolvidas entre os dois países. “Agora vamos aguardar o plano de trabalho para definirmos como o Brasil pode colaborar de fato para o desenvolvimento do esporte no Vietnã”, disse.

A previsão do ministro Tuán Anh é que o plano de trabalho para o biênio 2010/2012 esteja pronto até o próximo mês de dezembro. As ações vão incluir convites para que técnicos de futebol e de vôlei participem de treinamentos específicos para os esportistas vietnamitas, além da participação de atletas brasileiros das duas modalidades nos clubes locais. Está prevista ainda a realização de seminários e palestras. “Vamos relacionar as ações que pretendemos desenvolver e, por meio das atividades esportivas, aumentar a cooperação efetiva entre o Vietnã e o Brasil”, explicou.

O ministro vietnamita disse que pretende ainda aproveitar as comemorações em 2010 dos mil anos de Hanói, capital do Vietnã, para intensificar o intercâmbio esportivo com o Brasil. “Pretendemos realizar uma intensa programação esportiva durante todo o ano para celebrar o aniversário da capital e o Brasil será bem-vindo para participar das comemorações”, afirmou. “Convidaremos as seleções brasileiras de futebol e vôlei para se integrarem ao nosso calendário festivo, fazendo jogos-exibição no nosso país”.

O encontro cordial foi selado com a troca de presentes entre os dois dirigentes. Orlando Silva presenteou o ministro vietnamita com uma camisa da Seleção Brasileira de futebol. “Isso aqui tem um valor enorme para nós brasileiros”, disse. “É como um manto sagrado”, complementou. Já Tuán Anh entregou ao ministro Orlando Silva um quadro retratando uma paisagem do Vietnã.

Participaram do encontro o Embaixador do Vietnã no Brasil, Nguyen Thac Dinh, o diretor do Departamento de Desenvolvimento Estratégico, Nguyen Phuc Thanh, o diretor de Assuntos Culturais, Ngo Dang Tuang, o diretor do Departamento de Cooperação Internacional, Nguyen Hai Anh, e o diretor de Recursos Humanos, Tovan Dong, além do assessor internacional e o chefe de gabinete do Ministério do Esporte, José Leite e Waldemar de Souza, respectivamente.

Fonte: Portal do Ministério do Esporte

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Os novos negros

Bicharlyson! Bicharlyson! "Bicharlyson! Bicharlyson!"

Não faz muito tempo, o mundo – e o Brasil, em particular –, se escandalizou com as manifestações racistas contra jogadores de futebol que foram hostilizados por torcedores nos estádios europeus apenas porque eram negros. Na Itália e na Espanha, diversos jogadores negros, inclusive brasileiros, foram chamados de “macacos”, “gorilas” e “pretos de merda” por torcidas organizadas dos maiores times daqueles países. As reações foram, felizmente, imediatas. Intelectuais, jornalistas, políticos e autoridades esportivas de todo o planeta botaram a boca no trombone e reduziram, como era de se esperar, gente assim ao nível de delinqüentes comuns. Ainda há, eventualmente, exaltações racistas nos gramados, mas há um consenso razoavelmente arraigado sobre esse tipo de atitude, tornada, universalmente, inaceitável. Você não irá ver, por exemplo, no Maracanã, torcidas inteiras – homens, mulheres e crianças – gritando “crioulo safado” para o artilheiro Adriano, do Flamengo, por conta de alguma mancada do Imperador. Com a PM circulando, nem racistas emperdenidos se arriscam a tanto.

Mas, ai de Adriano, se ele fosse gay.

No sábado passado, espremido no Maracanã ao lado de meu filho mais velho e outras 57 mil pessoas, fui ver um jogaço, Flamengo 2 x 1 São Paulo, de virada, um espetáculo de futebol. Quando o time do São Paulo entrou em campo, as torcidas organizadas do Flamengo, além de milhares de outros torcedores avulsos, entoaram, a todo pulmão: “Veados, veados, veados!”. Daí, o painel eletrônico passou a anunciar, com a ajuda do sistema de autofalantes, a escalação são-paulina, recebida com as tradicionais vaias da torcida da casa, até aí, nada demais. Mas o Maraca veio abaixo quando o nome do volante Richarlyson foi anunciado: “Bicha, bicha, bicha!”. E, em seguida: “Bicharlyson, bicharlyson!”. Ao longo da partida, bastava que o são-paulino tocasse na bola para receber uma saraivada de insultos semelhantes. No ápice da histeria homofóbica, a Raça Rubro Negra, maior e mais importante torcida do Rio, e uma das maiores do Brasil, convocou o estádio a entoar uma quadrinha supostamente engraçada. Era assim:

“O time do São Paulo/só tem veado/o Dagoberto/come o Richarlyson”.

Richarlyson virou alvo da homofobia esportiva brasileira, com indisfarçável conivência de cronistas esportivos, jornalistas e colegas de vestiário, a partir de 2005, quando fez uma espécie de “dança da bundinha” ao comemorar um gol do São Paulo, time que por ser oriundo do elitista bairro do Morumbi acabou estigmatizado como reduto homossexual, ou time dos “bambis”, como resumem as torcidas adversárias. A imprensa chegou a anunciar o dia em que Richarlyson iria assumir sua homossexualidade, provavelmente numa entrada ao vivo, no programa Fantástico, da TV Globo – o que, diga-se de passagem, nunca aconteceu. Desde então, no entanto, o volante nunca mais teve paz. No Maracanã lotado, qualquer lance que o envolvesse era, imediatamente, louvado por um coro uníssono e ensurdecedor de “veado, veado, veado!”. Homens, mulheres e crianças. O atacante Dagoberto entrou de gaiato nessa história apenas porque, com Richarlyson, forma uma eficiente dupla de ataque no São Paulo.

Agora, imaginem se, no Morumbi, a torcida do São Paulo saudasse o atacante Adriano, do Flamengo, aos berros de “macaco, macaco, macaco!”, apenas para ficarmos nas analogias retiradas do mundo animal. Ou, simplesmente, entoasse uma quadrinha do tipo criada para a dupla Dagoberto/Richarlyson, dizendo que no Flamengo só tem crioulo, que Adriano enraba, sei lá, o Petkovic. O mundo iria cair, e com razão, porque chegamos a um estágio civilizatório onde o racismo tornou-se motivo de repulsa, mesmo em suas nuances tão brasileiras, escondidas em piadas de salão e ódios de cor mal disfarçados no elevador social. Usa-se, no caso dos gays, o mesmo mecanismo perverso que perdurou na sociedade brasileira escravagista e pós-escravagista com o qual foi possível transformar em insulto uma condição humana que deveria, no fim das contas, ser tão somente aceita e respeitada. Assim, torcedores brasileiros chamam de veados os são-paulinos em campo como, não faz muito tempo, nos chamavam, os argentinos, de “macaquitos”, em pleno Monumental de Nuñes, em Buenos Aires, para revolta da nação.

Quando – e se – a lei que criminaliza a homofobia no Brasil, a exemplo do racismo, for aprovada no Congresso Nacional, será preciso educar gerações inteiras de brasileiros a respeitar a sexualidade alheia. Espero, a tempo de recebermos os atletas que virão às Olimpíadas de 2016, no Rio, provavelmente, no mesmo Maracanã que hoje se compraz em xingar Richarlyson de veado. Por enquanto, a discussão sobre a lei está parada, no Brasil, porque o lobby das bancadas religiosas teme abrir mão de um filão explorado por fanáticos imbuídos da missão de “curar” homossexuais, ou de outros, para quem os gays são uma aberração bíblica passível, portanto, da ira de deus.

Nos jornais de domingo, nem uma mísera linha sobre o assunto. Das duas uma: ou é fato banal e corriqueiro, logo, tornado invisível aos olhos das dezenas de repórteres enfiados na tribuna da imprensa do Maracanã; ou é conivência mesmo.
Posted by Leandro Fortes em Homofobia & racismo

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Orlando Silva diz que comunista e esporte tem tudo a ver

Em entrevista exclusiva ao Vermelho, o ministro Orlando Silva (Esporte) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi peça chave para que os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) escolhessem o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Elogiou o trabalho dos comunistas na área de esporte e rebateu as denúncias sobre superfaturamento em gastos dos Jogos Pan-Americanos. Em 2010, revelou que deve ser candidato a deputado federal por São Paulo.


Orlando SilvaMinistro Orlando fala da conquista Rio-2016


Vermelho – Qual o papel desempenhado pelo Ministério do Esporte para mais essa conquista, ou seja, o Rio escolhido como sede dos Jogos Olímpicos 2016?

Orlando Silva - Foi uma conquista do Brasil, mostra a força do país, o protagonismo que o Brasil viu nascer internacionalmente. É uma demonstração também de que o mundo evolui cada vez mais para uma situação de multilateralismo. Essa conquista parte de uma presença mais relevante do Brasil no mundo. É uma conquista da América do Sul que pela primeira vez vai realizar esse evento, um dos maiores do planeta. É uma conquista do esporte brasileiro, porque a Olimpíada é uma plataforma maravilhosa para a promoção do esporte e a difusão da cultura esportiva. O esporte vai entrar com mais força ainda na vida nacional. Nesse sentido, o Ministério do Esporte sai fortalecido também dessa conquista.

Vermelho – E o trabalho feito pelo ministério?

Orlando Silva - O ministério teve um papel chave. Primeiro porque foi quem cuidou dos Jogos Pan-Americanos. Não haveria Olimpíada se não houvesse Pan. A repercussão mundial que ele teve criou um ambiente favorável à conquista da Olimpíada. Dois terços dos eleitores do COI estiveram no Brasil durante o Pan. Então o ministério participou desse momento muito importante e participou de toda a campanha. O ministério era o governo federal na campanha Rio-2016. Então para nós é um motivo de muita felicidade a confiança que o presidente teve em nos atribuir essa tarefa. E agora é começar a trabalhar.

Vermelho – Qual o trabalho de preparação que deve ser feito?

Orlando Silva - O projeto que foi entregue ao COI é muito forte e nosso desafio é começar a tirar do papel. Nós temos que definir um cronograma de execução de investimentos, cronograma de melhoria de infraestrutura, o cronograma de obras e instalações esportivas e o cronograma de contratação dos serviços que serão importantes para acontecer durante os jogos Olímpicos. Será criado o que chamamos de Autoridade Pública Olímpica, uma espécie de um consórcio que vai reunir os três governos: federal, estadual e municipal. Nesse instante estamos trabalhando no desenvolvimento do projeto de lei que deve ir ao Congresso para a criação da autoridade.

Vermelho – O ministério não poderia ter um destaque maior na imprensa após a conquista dos Jogos Rio-2016?

Orlando Silva - Olha o ministério teve um papel chave em toda a campanha. Na votação em Copenhage, no período imediatamente anterior, entrou um personagem novo que é o melhor representante do Ministério do Esporte. Que é o presidente da República (risos). Então o presidente Lula é o próprio governo federal. Se na campanha o governo federal era o ministério na reta final, felizmente, nos contamos com o presidente que foi uma peça chave para o convencimento dos membros do COI quanta a importância e a possibilidade de realizar a Olimpíada. Então aqui e acolá ouço: Você deveria ter aparecido mais. Mais do que apareci eu não podia.

Vermelho – Recentemente foram publicadas matérias na imprensa dando conta de superfaturamento nos gastos do Pan. Como o senhor avaliou essas publicações?

Orlando Silva - A conquista da Olimpíada é um dos vetores centrais para definição de investimentos no Brasil. É um tema que passa a ser chave central da agenda nacional. Portanto, vai ser uma das principais vitrines da ação de governo do próximo período. E também aqui existe a luta política. O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão responsável por fiscalizar contas públicas e tem um tempo próprio de exame dessas contas. Neste momento está sendo feito exame. O processo foi pautado por lisura, legalidade e conduta adequada. O TCU está avaliando pedindo informações complementares e o interessante: tudo o que tem de processo destacado em análise no TCU, esse é um dado que não tem circulado por aí, gerou uma atitude nossa. Qual foi? Não pagar a nenhuma empresa, nenhum fornecedor aquilo que foi levantado por questionamento por parte do TCU. E como não foi feito pagamento daquilo que foi questionado não há qualquer ônus, qualquer prejuízo, digamos assim, ao erário.

Vermelho – Quais lições do Pan servirão para serem aplicadas na Olimpíada?

Orlando Silva - Primeiro é fundamental que nós façamos um bom planejamento. Detalhado no limite para que possamos ter um cronograma de preparação da Olimpíada adequado e que facilite a boa utilização dos recursos públicos e reduza custo. O planejamento é um tema chave nesse período. Segundo, eu vou trabalhar obsessivamente para a máxima transparência no processo como apresentar balanços regulares à sociedade através da imprensa. É preciso preparar desde já o legado dos jogos, ou seja, o que vai ser utilizados das instalações, que intervenções (serão feitas) na cidade para melhorar a vida das pessoas.

Vermelho – O ministério ganhou projeção no Governo Lula. Outras forças políticas não estão de olho no comando da pasta?

Orlando Silva - O presidente Lula tem consciência de que é muito importante o trabalho nos três níveis de governo e um trabalho no interior do governo. Deve ser constituído um comitê interministerial para ordenar e orientar a ação do governo. E o ministério felizmente tem um protagonismo importante no próximo período. Isso é fruto de trabalho de uma equipe muito dedicada. Quem imaginaria em 2003 que o ministério alcançaria o patamar que alcançou hoje? Então eu acredito que não temos que nos preocupar com a disputa política. Nós temos é que trabalhar e afirmar-se na cena política e administrativa a partir do trabalho.

Vermelho – O que senhor acha do trabalho dos comunistas na área do esporte?

Orlando Silva - Eu diria que os comunistas têm sido aprovados na gestão pública e, em particular, na gestão pública do esporte. Isso porque trouxemos primeiro nossa capacidade de diálogo. No abcdário do PCdoB aprendemos que é muito importante manter os canais abertos do diálogo com a sociedade. Segundo a capacidade de envolver parceiros. Fazer parcerias e alianças. Isso tem sido muito importante para o trabalho do ministério e eu tenho orientado os nossos companheiros que estão por aí afora a valorizar muito isso. Terceiro, a dedicação absoluta ao trabalho. Nós aprendemos no partido também a disciplina, a concentração e a dedicação ao trabalho que é muito importante para alcançar os objetivos. No século 20 uma marca importante dos comunistas era a valorização do esporte. Não por acaso a China é a maior potência esportiva do planeta e não por acaso Cuba tem o peso que tem em nossa região. Então eu diria que comunista e esporte tem tudo a ver.

Vermelho - O senhor será candidato em 2010?

Orlando Silva - Sou militante e faço parte da direção nacional do partido e da direção do PCdoB de São Paulo. Tenho domicílio pessoal e eleitoral em São Paulo. O PCdoB pautou a necessidade de colocar meu nome para disputar um mandato à Câmara Federal. Esse é um tema que está sendo debatido e construído coletivamente no estado.

De Brasília,
Iram Alfaia, para o Portal Vermelho

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

De que serve a bondade...

Se os bons são imediatamente liquidados, ou são liquidados
aqueles para os quais eles são bons?

De que serve a liberdade
Se os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão
Se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?

Em vez de serem apenas bons, esforcem-se
para criar um estado de coisas que torne possível a bondade
Ou melhor: que a torne supérflua!

Em vez de serem apenas livres, esforcem-se
para criar um estado de coisas que liberte a todos
E também o amor à liberdade,
torne supérfluo!

Em vez de serem apenas razoáveis, esforcem-se
para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo
um mau negócio.
Bertolt Brecht

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Vamos nos Organizar!

A UJS - DF realizará reunião ampliada de sua executiva!
Será nessa Sexta Feira (02/10), às 15:30h, na liderança do PCdoB, na Câmara dos Deputados.
Essa reunião, em carater excepcional, será aberta a todos os filiados, militantes e amigos da ujs...
Será debatida nossa campanha para o grandioso congresso da UBES e a grande manifestação que faremos dia 21 de outubro que terá o tema: Pre Sal... Marcos Regulatórios e 50% para educação!
Convocamos e esperamos a participação de tod@s.
Qualquer dúvida:
Tiago - 85717342
Leandro - 84156606