quinta-feira, 12 de março de 2009

UnB vai investir cerca de R$ 13 milhões para terminar obras inacabadas. Esqueletos já custaram mais de R$ 3 milhões à UnB

Camila Dumiense
Da Secretaria de Comunicação da UnB


(Obra do prédio da Face, parada desde 2007 por falência da empresa construtora)

A Universidade de Brasília vai investir cerca de R$ 13 milhões para acabar com os "esqueletos" do campus, como são conhecidas as obras abandonadas. Os prédios da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação (Face) e do Serviço de Processamento de Roupas- SPR do HUB (lavanderia) já custaram R$ 3,2 milhões à UnB e, agora, serão concluídos. “Nós vamos enterrar esses esqueletos”, garante o decano de Administração, Pedro Murrieta.

O objetivo é não apenas construir a estrutura física dos edifícios, mas também equipá-los para que funcionem imediatamente. "O Hospital Universitário de Brasília (HUB) já ficou um ano esperando aparelhos após a conclusão de algumas obras", explica Murrieta. “Isso não vai acontecer. Nós vamos terminar."

Para o estudante de Direito André Gomes, a conclusão da obra do prédio da Face vai melhorar a segurança na região. “Ali, à noite, o perigo é enorme. O local é muito escuro e isolado. Isso facilita a ocorrência de sequestros”, diz.

Formada em direito pela UnB no segundo semestre de 2008, Bruna Mendes afirma que o novo edifício irá melhorar a falta de espaço físico da Faculdade de Direito (FD), que atualmente é dividida com os cursos de Administração e Contabilidade. “A gente sente falta de uma estrutura melhor. Existem poucas salas. O novo prédio da Face vai nos aliviar um pouco.”

O diretor da Face, César Augusto Silva, afirma, no entanto, que a conclusão da obra não vai resolver o problema da falta de espaço da unidade. “A faculdade se expandiu muito nos últimos anos e isso não estava previsto no projeto inicial”, diz. Segundo ele, a criação de novos cursos e centros e o crescimento dos já existentes exigem um local ainda maior. “O novo prédio resolveria o problema no passado, hoje não resolverá mais.”

A construção do prédio da Face comecou em junho de 2006, mas foi paralisada um ano depois por causa da falência da empresa Milênio, responsável pelo canteiro de obras na época. O Instituto da Criança e do Adolescente (ICA), localizado no HUB, também foi prejudicado, e a construção do edifício, iniciada em 2005, foi paralisada em setembro de 2007. A obra do ICA foi retomada em janeiro de 2009 e continua em andamento.

LAVANDERIA - Segundo o diretor do Centro de Planejamento Oscar Niemeyer (Ceplan), Alberto Alves de Faria, a construção do prédio do Serviço de Processamento de Roupas do HUB foi paralisada devido a problemas de incompatibilidade contratual, detectados após auditoria. Quem passa pela área hoje encontra apenas os esqueletos do prédio, a mesma paisagem desde 2007. O reinício da obra é uma das prioridades da UnB.

Outra construção paralisada é a do edifício da Fundação Universitária de Brasília (Fubra), de recursos da própria entidade. Segundo o diretor presidente da fundação, Paulo Celso Gomes, o motivo da paralisação foram problemas estruturais de execução. Cerca de 80% do prédio já estava concluído quando a obra foi interrompida. "O que falta agora é apenas a correção simples de engenharia, como o reforço estrutural na laje", diz. A previsão é de que a reforma seja reiniciada no final de março e finalizada em setembro.

METAS- A UnB também vai readequar todo o seu sistema de obras. Uma das propostas já aprovada pela comissão responsável pelo assunto é a criação de um grupo permanente de licitação. A equipe trabalhará para evitar que um mesmo órgão fique responsável por várias etapas da realização das obras, como atualmente acontece. “A distribuição de tarefas é muito ruim. A comissão permanente vai propor um reequilíbrio entre esses órgãos”, ressalta o decano de Administração, Pedro Murrieta.

Todas as construções, incluindo as futuras e as que estão em andamento, também serão reprogramadas. A comissão de obras está relacionando prioridades, conforme a demanda da universidade. Cerca de 150 locais estão na lista, que será encaminhada para análise da Reitoria na próxima semana.

SITUAÇÃO DAS OBRAS- Dentre as prioritárias, estão as obras do Reuni, programa de expansão das universidades federais brasileiras, que já possuem R$ 53 milhões garantidos para a execução. O programa prevê a construção de um novo bloco de salas de aula entre Instituto de Biologia (IB) e a Faculdade de Ciências da Saúde (FS). Também estão no projeto a reforma dos laboratórios do Instituto de Física (IF) e a construção da nova Casa do Estudante Universitário (CEU), com capacidade para 600 moradores.

A obra do Instituto Central de Ciência (ICC), que está em fase de andamento, também é essencial. “Nós temos situações no ICC que devem ser urgentemente equacionadas”, afirma Murrieta. Segundo o decano, a meta é reformar as instalações para o bom funcionamento do Minhocão. “Ao longo desses anos, o ICC teve um serviço de manutenção pouco planejado e muito mal feito. Nós vamos tentar reverter esse quadro”, diz. Algumas reformas, como a dos banheiros, já estão concluídas. Está prevista, ainda, a recuperação de 16 salas de aula e de cinco anfiteatros.

Outra reforma em andamento é a do Restaurante Universitário (RU). Os banheiros e vestiários já estão em fase de conclusão. A próxima etapa será reformar as cozinhas. A decana de Assuntos Comunitários, Rachel Nunes, destaca a importância da obra. “Nós encontramos o RU em condições muito precárias. Esse trabalho vai mudar a qualidade de vida dos funcionários do restaurante”, diz. O RU está fechado para atendimento ao público e irá retomar atividades no dia 23 de março, somente como refeitório. Só a partir de abril, voltará a produzir refeições.

MORADIA ESTUDANTIL - A reforma da Casa do Estudante Universitário, estimada em pouco mais de R$ 2 milhões, está prevista para começar este ano. “A nossa preocupação é de que os alunos tenham uma qualidade de vida digna. Foram muitos anos de abandono”, afirma Rachel. Os prédios terão instalações elétricas e hidráulicas reformadas, além da troca de pisos e pias dos apartamentos.

OBRAS PRIORITÁRIAS SE DIVIDEM EM QUATRO GRUPOS

1 - PARALISADAS
- Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação (FACE)
- Fundação Universitária de Brasília (FUBRA)
- Serviço de Processamento de Roupas - SPR (Lavanderia do HUB)

2 - EM ANDAMENTO
- Associação dos Aposentados da FUB (APOSFUB) e dos EX-Alunos (Ex-UnB)
- Centro de Informática (CPD)
- Centro de Referência em Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD)
- Clínica Odontológica e Farmácia Escola
- Instituto de Biologia (IB)
- Instituto Central de Ciência (ICC)
- Instituto da Criança e do Adolescente (ICA)
- Instituto de Química (IQ)
- Restaurante Universitário (RU)

3 - OBRAS DO REUNI
- Bloco de salas de aula
- Construção de nova Casa do Estudante Universitário (CEU)
- Reforma dos Laboratórios do Instituto de Física (IF)

4 - FUTURAS
- Piscinas do Centro Olímpico (CO)
- Reforma dos prédios da Casa do Estudante Universitário (CEU)


Secom

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