
A UBES é formada por estudantes que desde 1930 se organizam em diversas regiões do país e permanecem lutando até os dias de hoje.
De
geração em geração, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(UBES), marcada pela inquietação responsável por fazer do movimento
secundarista uma grande mobilização de massas, neste dia 25 de julho de
2012, comemora junto a todo povo brasileiro seus 64 anos de luta. No
histórico, ruas ocupadas com milhares de jovens em marcha, caras
pintadas, cartazes, bandeiras, avenidas paradas e palavras de ordem que
ecoam e repercutem na voz das gerações herdeiras.
São
mais de seis décadas de mobilizações dentro das escolas. A UBES é
formada por estudantes que desde 1930 se organizam em diversas regiões
do país e permanecem lutando contra o fechamento de bibliotecas,
reivindicando a mais professores nas salas de aula, exigindo maiores
investimentos no ensino, a democratização ao acesso e à qualidade da
educação que a juventude quer para o Brasil.
DE 1948 PRA CÁ, LUTAS HISTÓRICAS NA HISTÓRIA DO PAÍS
Até
o final da década de 40, os secundaristas eram representados por um
departamento dentro da União Nacional dos Estudantes (UNE), quando a
participação dos estudantes se intensificou e ganhou ainda mais
coordenação.
No
dia 25 de julho de 1948, durante o 1° Congresso Nacional dos Estudantes
Secundaristas que aconteceu na sede da UNE na Praia do Flamengo,
aconteceu a fundação oficial da entidade. Nascida em meio ao
desenvolvimento do país, os secundaristas foram atores políticos das
mais relevantes mobilizações do cenário nacional, como na campanha de
nacionalização do Petróleo, quando lideraram as principais
manifestações, e criaram a Comissão Estudantil em Defesa do Petróleo.
As
lutas históricas refletem nas gerações herdeiras. Em 1956 a Revolta dos
Bondes que parou o Rio de Janeiro, na época uma condução usada por
quase todos os estudantes por conta do baixo preço. Aos seus 64 anos,
com passeatas pelo Passe Livre estudantil atualiza a luta pelo acesso,
pulando catraca e denunciando as tarifações abusivas, a juventude
reafirma seu legado.
NA LINHA DURA DA DITADURA, O AMADURECIMENTO
Período
de amadurecimento da entidade aconteceu durante a ditadura militar,
quando grêmios e entidades de base foram destruídos com a promulgação do
Ato Institucional N°5. O ano de 1968 tornou-se o sinônimo de uma
rebelião estudantil mundial: em quase todo o mundo os estudantes
(secundaristas e universitários) foram às ruas, entraram em confronto
com a polícia, realizaram greves e levantaram bandeiras de diferentes
matizes.
No
luto, a luta se intensificou. A morte do estudante Edson Luís em março
de 1968 não só marcou o momento de reconhecimento da verdadeira face do
sistema de repressão, mas também deu origem à Jornada Nacional de Lutas
da UBES que acontece todos os anos neste mesmo mês em memória dos
estudantes que Edson representou no enfrentamento a ditadura.
NOS CAMINHOS DA RECONSTRUÇÃO
Nos
marcos da redemocratização e as véspera da campanha pelas “Diretas Já”,
aconteceu o 21° Congresso de Reconstrução da entidade, deixando para
gestão eleita no 22° Congresso em 1983 aconteceram importantes para
afirmações da nova fase da UBES. O reconhecimento oficial da entidade, o
relançamento do jornal que parou de circular em 1964, a realização do
1° Seminário Nacional sobre Educação e o 1° Encontro de Escolas Técnicas
de Nível Médio são algumas destaques do período que também marcou o
início das apresentações do Projeto de Lei de
Legalização dos Grêmios Livres ao Congresso Nacional.
Legalização dos Grêmios Livres ao Congresso Nacional.
Exigindo
as eleições diretas em todos os níveis, a UBES fez parte da coordenação
nacional do comício das “Diretas Já”, levando os secundaristas para as
ruas em 1984 no ato que marcou o período de redemocratização no país.
OS CARAS PINTADAS TOMAM AS RUAS
Mais
uma vez reescrevendo a história do povo brasileiro, em 1992 durante os
protestos de forte pressão popular, os estudantes tiveram importante
papel no aprofundamento das denúncias que levaram ao impeachment do
então presidente, Fernando Collor de Mello. Os secundaristas foram os
primeiros a gritar “Fora Collor” e criaram a marca dos caras pintadas.
Da
mesma forma, a geração vitoriosa do pós-impeachment enfrentou o
neoliberalismo de Fernando Henrique Cardoso em defesa do patrimônio
nacional e contra as políticas educacionais com bandeiras de luta como
“Queremos mais que apertar parafusos” em defesa do ensino técnico.
64 ANOS DE UBES COM UMA GERAÇÃO 10!
As
conquistas se multiplicam com a campanha “Se Liga 16!” que tem colocado
os secundaristas no debate político e aumentado o número de jovens nas
urnas, a conquista da obrigatoriedade do ensino de sociologia e
filosofia nas escolas, a retomada da sede histórica na Praia do
Flamengo, aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica (Fundeb) e do Estatuto da Juventude são algumas das marcas do
movimento secundarista.
Em
luta permanente, a juventude comemora os 64 anos de UBES acompanhando
com muita pressão a defesa do investimento de 10% do PIB e 50% do Fundo
Social do Pré-Sal para educação no Plano Nacional de Educação;
formulação de uma lei nacional da meia entrada; projeto nacional de
Passe Livre estudantil; reserva de vagas para estudantes de escolas
públicas em universidades públicas; ampliação do ensino
técnico, reformulação do currículo escolar que corresponda às necessidades da juventude e os novos desafios que surgem nos quatro cantos do país rumo à construção de uma UBES do tamanho do Brasil.
técnico, reformulação do currículo escolar que corresponda às necessidades da juventude e os novos desafios que surgem nos quatro cantos do país rumo à construção de uma UBES do tamanho do Brasil.
Suevellin Cinti, da UBES
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